quinta-feira, 9 de junho de 2011

A arte de escrever - Arthur Schopenhauer



“Sobre a erudição e os eruditos”; “pensar por si mesmo”, “sobre a escrita e o estilo”, “sobre a literatura e os livros”, “sobre a linguagem e as palavras”, são os cinco escritos reunidos no livro; A arte de escrever de Arthur Schopenhauer. 

A valorização das línguas clássicas, o conhecimento profundo da língua materna, a ferrenha crítica aos eruditos e a filosofia idealista compõe a maior parte dessa obra. No seu primeiro tópico; “Sobre a erudição e os eruditos” podemos encontrar de imediato a alfinetada do modo de ensino absorvido pelos alunos onde não buscam o conhecimento em sua essência, pelo amor e curiosidade ao saber, mas apenas para mostra-la tagarelando e expondo ares de saber.

Assim como o ditado; Tudo demais faz mal, Schopenhauer afirma que o exercício apenas da leitura e escrita em declínio do pensamento e do exercício “prático” é prejudicial ao conhecimento; assim como os que escrevem e ensinam perdem a profundidade da compreensão dos novos saberes, “uma vez que não lhes sobra tempo para obtê-los”. Os eruditos (homens detentores de um conhecimento específico, reconhecidos como avaliadores da leitura/estudo das “massas” que buscam  e que em nada criam) são questionados pelo autor em relação - beneficio - que os trazem; “mesmo a mais perfeita erudição tem, em relação ao gênio, a mesma relação que existe entre um herbário e o mundo sempre novo das plantas [...]”.  A citação do Goethe em sua doutrina das cores ter sido desconsiderada na época é o embasamento mais forte de Schopenhauer sobre a falta de lealdade e de critério para a avaliação das obras pelo mundo erudito alemão.

Os professores p.28, a abolição do latim como língua geral da erudição e suas consequências p.32, o patriotismo em queda as questões puramente humanas p.35, além do melhor parágrafo (em minha opinião) – 13, p. 36, onde se cria duas clausulas, que deveriam ser determinadas por lei para a melhor qualidade dos estudantes. Ex: ¹“Nenhum deles teria permissão para frequentar a universidade antes de completar vinte anos, idade em que passariam por um examen rigorosum nas duas línguas antigas ‘[grego e latim]’ antes de fazer a matricula [...], a liberação dos estudantes do serviço militar, “ um estudante tem muita coisa para aprender, por isso não pode estragar um ano ou mais de sua vida com o manuseio de uma arma [...]”  Que fosse determinado também que todos os estudantes universitários estudassem, em seu primeiro ano, exclusivamente a faculdade de filosofia e antes do segundo ano não tivessem permissão para assistir aos das três faculdades superiores [ Teologia, Direito, Medicina] entre outros pormenores idealizados por Schopenhauer, Artur.

 Assim termino a simples sistematização de ideias do primeiro capitulo do livro, até breve!. 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CORAGEM DO HOMEM


O homem questionador, o homem da natureza; do barro, do pó, da sujeira, o homem interrogador, o homem que não se conforma com que vê e aceita todas as probabilidades imaginárias por outros os homens, o homem pequeno, o homem-criança.

A coragem do homem desaparece em seu prelúdio, põe-se a razão no lugar da fé própria, da vontade de não ter vontade, de simplesmente não ir. As tarefas mais difíceis são logo deixadas de lado, substituindo sonhos, utilizando de outros métodos para consegui-las.

A relação entre a razão e a dor já dita por Platão com a coragem nada mais é do que o confronto, o passar pelos silogismos; a razão maior em declínio de suas emoções. A capacidade de seguir mesmo com dúvidas, com cansaço, em prol de algo maior.

São raríssimos os homens que amam porque tiveram a coragem de procurar e lutar por esse amor; os que saíram da comodidade, do porto seguro infeliz pra tentar novos ares; os que enfrentaram os amigos, os que morrem por uma verdade, os que sempre foram crianças em sua coragem.
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Foi uma das atividades simplista da cadeira; leitura e produção de texto I, no caso, sobre - a coragem -

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Mundo de Sofia - O Romance da história da Filosofia

Sofia é uma adolescente de quatorze anos, estudante, de vida simples e corriqueira. Mora de fato apenas com a mãe, pois devido ao trabalho pai só consegue revê-lo a cada fim de mês ou em raros períodos de férias.
Em uma certa manhã, Sofia, ao voltar da escola para casa decide -como de costume- olhar a caixa de correio contando em ter algo do pai endereçado a ela ,já que seu aniversário estava próximo.
 Ao perpassar as cartas notou uma sem remetente, apenas com seu nome exposto, guardou-a, deixou as outras cartas em cima da mesa e se direcionou ao jardim da casa, cenário predileto da personagem, onde podia se esconder do mundo, inclusive da sua mãe, tendo ali e em sua “caverna” grandes momentos de reflexão. O conteúdo da carta era a oferta de um curso filosófico, dando o inicio duas etapas do livro; à procura da identidade do seu mentor e a história filosófica descrita no livro.
O mundo de Sofia poderia ser considerado uma leitura didática prazerosa, pois passamos por todas as fases – o que é filosofia? como, onde e com quem surgiu?, a evolução das teorias filosóficas e seus incansáveis questionadores, com uma linguagem de fácil entendimento.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Janelas de Dentro


Como tinha dito no último post, o próximo livro seria: O mundo de Sofia, Jostein Garrder. Mas cheguei do cinema hoje - no caso ontem, pois já são 05:10am-, e fui fazer o Skoob¹ com a minha irmã, que me contou  das suas leituras futuras. Ao falar do: Janelas de Dentro - Tânia Alezandre Martinelli, um paradidático, foi de imediato a vontade de querer lê-lo e assim o fiz.
O livro é curtinho, cerca de 160 páginas. Traz consigo o caos das grandes cidades; o medo, à distância, a impunidade. O foco maior está nos casos de preconceito racial e de homofobia; como são e o que fazem os neonazistas.
Enfim, é isso, espero que o próximo seja sobre: O romance da história da filosofia. Até breve!


Músicas Citadas no livro: 
Roberto Carlos - o portão
Luiz Gonzaga - a vida de viajante 
Cazuza - ideologia

1.Skoob: é uma rede social colaborativa brasileira para leitores. Através de cadastro se recebe um perfil no sistema e é possível listar o que se está lendo, o que já foi lido, o que se pretende ler, formando uma "estante" virtual. Títulos ainda ausentes no banco de dados podem ser adicionados pelos próprios utilizadores, que também podem compartilhar suas opiniões sobre as obras através de avaliações e resenhas. É possível também adicionar outros usuários como amigos.
Fonte: Wikipédia.

sábado, 14 de maio de 2011

Kafka - A metamorfose

Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, Gregor Samsa encontrou-se em sua cama metamorfoseado em um inseto monstruoso. (tradução de BACKES, Marcelo)

Assim começa a novela Kafkaniana, A metamorfose. Gregor, caixeiro viajante, única fonte de renda da família Samsa, certa manhã acorda de sonhos intranquilos e encontra-se metamorfoseado em um inseto. Não obstante, procura de todas as formas possíveis - apesar de seu estado - dar continuidade em sua vida/trabalho. Daí surge a primeira e grande pergunta:  - Por que Gregor não demonstra aversão ao seu novo eu?
 A crítica de Kafka é clara. A dureza e a "grosseria" nada mais é que uma forma realista e séria daquilo que expõe. Ademais, procura responder a todas as interrogações que possam vir a ser elaboradas pelo leitor. Definitivamente é um dos maiores escritores de todos os tempos, vale mais do que apena conferir suas obras.

Próximo livro a ser "comentado" - O mundo de Sofia: Romance da história da filosofia. Até breve! 

sábado, 9 de abril de 2011

Crepúsculo

Hoje acordei meio tarde. O sol já estava se despedindo na minha janela, as gotas da chuva dramatizaram um pouco mais o seu partir. Esse clima ameno me fez lembrar um texto que marcou muito minha vida. Apesar de ter sido feito por mim, e conter inúmeros erros e frases desconexas, eu tenho até um certo apego a ele.
Consigo criar um filme na cabeça. Tudo, absolutamente tudo ali são verdades: na descrição de uma corda torada do violino, ao macarrão que costumo fazer- tradicional do fim de semana- como diz minha irmã. Bom, vou por o texto, espero que ninguém se identifique com ele.

Outros Anos


Meu prazer por fazer macarrão ensopado de queijo acabou. Acabou a graça, a paciência, acabou o amor pelas coisas. Acabou de maneira indolor, como um corte em sangue quente, que só doe quando tudo se acalma, e acalmou, e doeu. A corda do violino torou, a tua corda, ajeitei uma vez, não deu, ela não quis ficar, se foi. O espaço ficou então esqueci lá no canto da parede. Não sei mais escrever, não sei argumentar, não tenho mais veracidade nas coisas, sou culpada. Sou passiva. Minha mania de acompanhar todos os filmes no cinema, de não perder um se foi. Se foi porque eu te esperava, e esperei muito tempo, até que ardeu ,formigou, senti a dor do corte. Mudei minha parede, as roupas, a cor da maquiagem, mudei o salto alto pra ficar no tamanho certo pra você e fiquei sem nada. O que era minha cara? -não sei: o que ouvia, o que lia, do que discutia, de quem gostava…nada restou.
        Eu me calo, mentira ,eu falo muito ,mas são palavras a toa, palavras dicionarizadas .Palavras estas que ficam sós, perdidas em pequenas folhas, sem muito sentido sozinhas ,mas estão lá, intactas ,esperando que alguém as use e faça sentido. Alguém que deturpe essa solidez da calma e aja, e mude, e grite, e doa. Minha visão é turva, minha voz é rouca, meu consentimento é constrangedor. Meu amor é estranho, é a tortura dos inocentes, mas é MEU. Foi o que sobrou pra dizer- tenho algo. Ainda me falta saber: quem eu sou. Ai, já são mais outros anos.





Em especial quero agradecer a morena da minha vida - de pés no céu - foi ela que me ensinou a voar em meio ao caos. E a você desejo todo amor do mundo. Obrigada por tudo. (v)







sexta-feira, 8 de abril de 2011

O começo

Bom, começar algo é sempre complicado. Sempre lhe falta as idéias, tempo, coragem mesmo. Como estou fazendo a primeira publicação logo após o termino do livro: O Xângo de Baker Street- Jô Soares, (que por acaso é muito bom e queria cita-lo) vou por um fragmento do livro: Água Viva de Clarice Lispector, que a mim veio como leitura "obrigatória" e que tornou-se leitura - prazer como meu professor costuma dizer.
-  Saber com sabor, és o lema. Frase citada inúmeras vezes por ele, que veio bem a calhar.

Então, és aqui o trecho de Água viva. Um pressuposto de mim.

"Escrevo-te porque não me entendo [...]Há muita coisa a dizer que não sei como dizer. Faltam as palavras. Mas recuso-me a inventar novas: as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido. E o que é proibido eu adivinho. Se houver força. Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Minha pintura não tem palavras: fica atrás do pensamento. Nesse terreno do é-se sou puro êxtase cristalino. É-se. Sou-me. Tu te és".

Este livro escrito por Clarice, nem a mesma soube classifica-lo: romance, drama ... não se encaixava em nada (em sua visão) intitulando - o de obra ficcional; ou seja, Tudo.
O livro é maravilhoso. Para os preguiçosos, ele é fino com letras garrafais : para o(a)s apaixonado(a)s uma boa dose de lirismo. Uma boa pedida para este fim de semana.

enjoy